Cladograma é uma representação
gráfica de uma hipótese sobre o padrão de relações filogenéticas (isto é, de
parentesco) de organismos pertencentes a linhagens diferentes. Através deles,
busca-se reconstituir os eventos de cladogênese, ou seja a divisão de uma
linhagem em duas que ocorreram durante a evolução. Nos cladogramas os nós, os
pontos de bifurcação, representam os ancestrais comuns. Os cladogramas são
feitos a partir da análise de conjuntos de características (morfológicas ou
moleculares), onde certas características compartilhadas ditos derivadas (que
se originaram a partir de modificações nas características anteriores de
organismos ancestrais), as chamadas 'sinapomorfias', são a base para a
classificação em grupos taxonômicos.
Os diversos cladogramas produzidos pela análise
filogenética através da polarização dos 'estados dos caracteres', em
'primitivos' ('plesiomórficos') e 'derivados' ('apomórficos'), das diversas
características utilizadas no processo; são então comparados, em geral,
utilizando-se a parcimônia (menor número de eventos de cladogênese) como
critério de escolha para 'o melhor' cladograma. Podem-se também propor árvores
de consenso e mais modernamente adotar-se outros critérios de seleção de
cladograma, por exemplo baseados em verossimilhança.
Através destes cladogramas podemos reconstituir
as relações de parentesco entre os seres vivos, permitindo-nos estudar melhor
sua evolução, além de propor sistemas de classificação naturais muito menos
arbitrários e cientificamente testáveis. Sua aplicação a microorganismos e
vírus também nos permite estudar a evolução da patogenicidade e virulência
destes seres, possibilitando-nos testar hipóteses e utilizar outros métodos
para reconstruir estados ancestrais destes organismos e até de suas moléculas.
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