quinta-feira, 4 de setembro de 2014

EQUINODERMOS

O filo Echinodermata é constituído por cerca de 7.000 espécies distribuídas em cinco classes: Crinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea e Holothuroidea. O nome do grupo é derivado de duas palavras gregas:echinos, que significa espinho, e derma, que significa pele, e se refere às projeções em forma de espinhos ou tubérculos presentes na superfície do corpo.

Todos os representantes do filo são de vida livre, sendo raras as espécies comensais. Muitos são adaptados para se fixar a substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos, em madeira submersa ou em epibiose. Embora a grande maioria das espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra. Podem ser encontrados em todos os oceanos, latitudes e profundidades, da zona entremarés às regiões abissais, sendo mais abundantes na região tropical do que nas águas polares.

Classe dos equinodermos

Os equinodermos compreendem cinco classes, relacionadas no quadro a seguir: 
Classes
Características
Exemplos
Echinoideacorpo quase esférico, com espinhos grandes e móveis (ouriços), ou achatado, com espinhos curtos e fixos (bolachas-do-mar)ouriços-do-mar,
bolachas-do-mar ou corrupios.
Asteroideacorpo esrelado, com cinco ou mais braços; espinhos pequenos e fixosestrelas-do-mar
Crinoideacorpo estrelado, com braços ramificados; sem espinhoslírios-do-mar
Holothuroideacorpo cilíndrico e sem espinhos; ausência de braçospepinos-do-mar
Ophiuroideacorpo estrelado, com disco central bem delimitado; espinhos curtos ou longos situados nos braçosserpentes-do-mar


Sistema digestivo: É completo, isto é, após a boca seguem-se o esôfago, estômago, intestino e ânus. Nos ouriços-do-mar a face oral (inferior) possui a boca, uma estrutura raspadora dotada de cinco dentes, chamada lanterna-de-Aristóteles. Essa estrutura é responsável pela obetnção do alimento  e pela corrosão da rocha que o animal se instala. Na face oposta, a aboral (superior), fica o ânus.
A estrela-do-mar alimenta-se principalmente de pequenos moluscos, como mariscos. Com os seus pequenos pés, a estrela-do-mar força a abertura das conchas das ostras, em seguida vira o seu próprio estômago do avesso e lança um suco digestivo dentro das conchas. Depois, é só engolir a massa, isto é, o corpo do molusco já digerido. Essa é, portanto, uma digestão extracorpórea.
Sistema circulatório
Ausente ou é rudimentar, e a distribuição de materiais faz-se através da cavidade celomática. A excreção é feita diretamente através da água que ocupa o sistema ambulacrário, não havendo nenhuma outra estrutura excretora especializada.

Fontes:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/bioequinodermos.php

ANELÍDEOS

Os anelídeos são animais pertencentes ao filo Annelida e que possuem o corpo alongado e cilíndrico com inúmeros anéis dispostos em sequência, o que justifica o nome do filo. São animais encontrados em ambientes de água salgada ou doce e também em ambientes úmidos, de terra firme. Os animais que fazem parte desse grupo são minhocas, poliquetos e sanguessugas.

Fertilizando o solo
Outros anelídeos
  • os poliquetos, que, em sua grande maioria, são animais marinhos; não são muito populares, nem conhecidos, pois vivem enterrados no fundo do mar. Uma curiosidade: uma espécie de poliqueto, o Eunice viridis, conhecido como palolo, é um prato requintado da culinária das ilhas de Samoa e Fiji, no oceano Pacífico;
  • os aquetos ou hirudíneos. Um exemplar desta classe é a sanguessuga (Hirudo medicinalis).


As minhocas são animais que respiram através da pele (respiração cutânea) e por esse motivo sempre estão com a pele úmida, pois isso permite a difusão dos gases respiratórios (oxigênio e gás carbônico). Podem medir de 5 cm a 2 m de comprimento e são encontradas em solos úmidos e ambientes de água doce. As minhocas possuem cerdas em seu corpo que podem ser sentidas quando passamos a ponta dos dedos no corpo do animal. Essas cerdas se apoiam no solo e facilitam a locomoção.

As minhocas são animais imprescindíveis na natureza, pois auxiliam no processo de decomposição de matérias orgânicas (como folhas), escavam túneis que permitem uma melhor oxigenação das raízes das plantas e suas fezes servem de adubo para o solo. Durante o dia, a minhoca costuma ficar abrigada em seus túneis, saindo para a superfície somente no período da noite para se alimentar e se acasalar.
Os poliquetos são animais encontrados, em sua maioria, em ambientes marinhos. Há espécies que vivem rastejando pelo fundo do oceano à procura de animais dos quais possam se alimentar, enquanto que outras se mantêm enterradas nas praias e se alimentam de larvas e de outros pequenos organismos. Esses animais possuem grande quantidade de cerdas, chamadas de parapódios, que se encontram em todos os anéis do corpo e auxiliam na sua locomoção. Alguns poliquetos apresentam respiração cutânea, como as minhocas; enquanto outros possuem brânquias.
As sanguessugas são animais encontrados, em sua maioria, em ambientes de água doce, mas outras espécies podem ser encontradas em pântanos e brejos. Levam o nome de sanguessugas porque se alimentam do sangue de animais vertebrados. Assim como as minhocas, fazem respiração cutânea.
Não possuem cerdas e nem parapódios e apresentam duas ventosas, cada uma em uma extremidade, que servem para sua locomoção e fixação. Quando encontra sua vítima, a sanguessuga, com a ajuda das ventosas, fixa-se, perfurando a pele da presa sem provocar nenhuma dor. Ao sugar o sangue da vítima, as glândulas salivares da sanguessuga produzem uma substância anticoagulante que impede que o sangue da presa se coagule – assim, a sanguessuga pode se alimentar.
Antigamente, muitas pessoas utilizavam as sanguessugas acreditando que, com a retirada do sangue, haveria a chance de cura para muitas doenças. Nos dias atuais, a substância encontrada em sua saliva é utilizada para tratar trombose. Além disso, esse animal é utilizado em algumas cirurgias, para retirar o sangue acumulado.
Importância Econômica
Mas em que a minhoca contribui para a ecologia? Fique sabendo que ela é de suma importância, pois por ser detritívora, alimenta-se de detritos ou restos orgânicos de vegetais e animais. Estes, após serem "engolidos", são encaminhados para moela, onde serão triturados e levados ao intestino para digestão.
Eliminadas através do ânus, as fezes da minhoca são ricas em restos alimentares que sofrem a ação de bactérias decompositoras, fertilizando assim o solo. O húmus (matéria orgânica em decomposição) é rico em nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), que são macro-nutrientes necessários às plantas em geral, dentre outros componentes.
Além disto, ao escavar o solo, as minhocas formam túneis, favorecendo a aeração das raízes das plantas e a penetração das águas das chuvas.
Dada a desproporção, pode parecer brincadeira, acredita-se que as minhocas podem revolver cerca de cinco toneladas de terra durante um ano. Estima-se também que, a cada metro quadrado de solo, existam 8.000 minhocas. Em solos muito férteis, elas podem chegar a 100.000 por metro quadrado.
Para a felicidade geral da agricultura, as minhocas se reproduzem rapidamente: uma única minhoca põe de 12 a 16 milhões de ovos ao longo de sua vida que gira em torno de 16 anos. Sua maturidade sexual é atingida entre os 60 e 90 dias de idade. E sua reprodução pode ocorrer ao longo do ano, principalmente nas épocas de clima quente e úmido.
Há também os oligoquetos aquáticos, do gênero Tubifex. Tratam-se de pequenas minhocas avermelhadas que vivem no interior de rios e lagos. Sua proliferação permite identificar águas poluídas por detritos orgânicos.
Também encontramos no filo dos anelídeos outras classes, são elas:

Em séculos passados, elas eram utilizadas amplamente na medicina, para extrair o sangue das pessoas e tratar de problemas como a pressão alta, por exemplo. O paciente melhorava e não sentia nenhuma dor com este processo, pois a sanguessuga libera uma substância anestésica e anticoagulante, a hirudina.
Vale lembrar que, atualmente, as sanguessugas voltaram a ser usadas em alguns países da Europa, inclusive por membros da família imperial britânica, que, por sua adesão às causas ecológicas, aceita esse tipo de medicamento natural.
Portanto, se encontrar um anelídeo em seu caminho, lembre-se de todas as suas utilidades e nem pense em exterminá-lo.

Fontes:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/anelideos.php
http://www.escolakids.com/anelideos.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/anelideos-1-a-importancia-das-minhocas-para-o-equilibrio-ecologico.htm

RÉPTEIS



Os répteis (do latim reptare, 'rastejar') abrangem cerca de 7 mil espécies conhecidas. Eles surgiram há cerca de 300 milhões de anos, tendo provavelmente evoluído de certos anfíbios. Foram os primeiros vertebrados efetivamente adaptados à vida em lugares secos, embora alguns animais deste grupo, como as tartarugas, sejam aquáticos.
A Terra já abrigou formas gigantescas de répteis, como os dinossauros. Hoje esse grupo é representado por animais de porte relativamente menor, como os jacarés, tartarugas, cobras e lagartos.

A pele dos répteis
Os répteis têm o corpo recoberto por uma pele seca e praticamente impermeável. As células mais superficiais da epiderme são ricas em queratina, o que protege o animal contra a desidratação e representa uma adaptação à vida em ambientes terrestres. A pele pode apresentar escamas (cobras), placas (jacarés, crocodilos) ou carapaças (tartarugas, jabutis).
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Escamas de cobras.

Temperatura corporal
Os répteis, assim como os peixes e os anfíbios, são animais pecilotérmicos: a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente.

Respiração e circulação de sangue
A respiração dos répteis é pulmonar; seus pulmões são mais desenvolvidos que os dos anfíbios, apresentando dobras internas que aumentam a sua capacidade respiratória.
Os pulmões fornecem aos répteis uma quantidade suficiente de gás oxigênio, o que torna "dispensável" a respiração por meio da pele, observada nos anfíbios. Aliás, com a grande quantidade de queratina que apresenta, a pele torna-se praticamente impermeável, o que impossibilita a aquisição de gás oxigênio.
O coração da maioria dos répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos. Nos ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue não-oxigenado. Nos répteis crocodilianos (crocodilo, jacarés), os dois ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o sangue não-oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração.

Alimentação e digestão
Em sua maioria, os répteis são animais carnívoros; algumas espécies são herbívoras e outras são onívoras. Eles possuem sistema digestório completo. O intestino grosso termina na cloaca.

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Os sentidos

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Os répteis possuem órgãos dos sentidos que lhes permitem, por exemplo, sentir o gosto e o cheiro das coisas. Os olhos possuem pálpebras e membrana nictitante, que auxiliam na proteção dessas estruturas. Eles têm glândulas lacrimais, fundamentais para manter a superfície dos olhos úmida fora da água.
Destacamos aqui uma estrutura existente entre os olhos e as narinas de cobras, chamadafosseta loreal (no detalhe). Ela possibilita que a cobra perceba a presença de outros animais vivos por meio do calor emitido pelo corpo deles.
Embora os répteis não tenham orelha externa, alguns deles apresentam conduto auditivo externo e curo, que fica abaixo de uma dobra da pele, de cada lado da cabeça. Na extremidade de cada conduto auditivo situa-se o tímpano, que se comunica com a orelha média e a interna. Vários experimentos comprovam que a maioria dos répteis é capaz de ouvir diversos sons.
Classificação
Vamos conhecer as principais ordens em que se divide a classe dos répteis.

Quelônios
São as tartarugas, os jabutis e os cágados. Têm o corpo recoberto por duas carapaças: a carapaça dorsal, na parte superior do corpo, e o plastrão, na parte inferior. Essas duas carapaças são soldadas uma à outra. Há aberturas apenas para a saída do pescoço, dos membros anteriores e posteriores e da cauda.
As tartarugas são aquáticas e podem viver em água doce ou salgada; suas pernas têm a forma de nadadeiras, o que facilita a locomoção na água. Os jabutis são terrestres e seus dedos são grossos. Os cágados vivem em água doce e seus dedos são ligados por uma membrana que auxilia na natação.
Esses animais não têm dentes. A boca apresenta um bico córneo.

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Jabuti

Crocodilianos
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Crocodilo

São os crocodilos e os jacarés. Grandes répteis aquáticos, os crocodilianos têm corpo alongado e recoberto por placas córneas. Possuem quatro membros, que são usados para a locomoção terrestre e aquática.
O jacaré tem a cabeça mais larga e arredondada do que a dos crocodilianos, e, quando fecha a boca, seus dentes não aparecem. Já o crocodilo tem a cabeça mais estreita e, mesmo com a boca fechada, alguns dentes são visíveis.
Jacarés e crocodilos habitam regiões tropicais, geralmente às margens dos rios.
No Brasil só existem jacarés. Eles são encontrados na Amazônia e no Pantanal Mato-Grossense.

Escamados
São os lagartos e as serpentes (estas mais comumente chamadas de cobras). Esses animais têm a pele recoberta por escamas e dividem-se em dois grupos menores: lacertílios e ofídeos.

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Lacertílios - Compreendem os lagartos, os camaleões e as lagartixas, répteis de corpo alongado, com a cabeça curta e unida ao corpo por um pequeno pescoço. Possuem quatro membros, sendo os anteriores mais curtos que os posteriores.

Ofídeos - Compreendem as serpentes ou cobras, répteis que não têm pernas. A grande maioria desses animais possuem glândulas que fabricam veneno. Uma serpente é peçonhenta quando seus dentes são capazes de inocular veneno nos animais que ataca. Os dentes têm um canal ou sulco que se comunica com as glândulas produtoras de veneno. No momento da picada, o veneno escoa por esse canal e é inoculado no corpo da presa.

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 Reprodução
O sistema reprodutor dos répteis foi um importante fator de adaptação desses animais ao ambiente terrestre. Os répteis fazem a fecundação interna: o macho introduz os espermatozoides no corpo da fêmea.
A maioria é ovípara, ou seja, a fêmea põe ovos, de onde saem os filhotes. Esses ovos têm casca rígida e consistente como couro. Os ovos se desenvolvem em ambiente de baixa umidade.
A fecundação interna e os ovos com casca representam um marco na evolução dos vertebrados, pois impediram a morte dos gametas e embriões por desidratação. Assim, em ralação a reprodução, os répteis tornaram-se independentes da água. A tartaruga marinha e muitos outros répteis aquáticos depositam os seus ovos em ambiente terrestre. Eles ficam cobertos de areia e aquecidos pelo calor do Sol.
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O ovo é rico em vitelo - substância que nutre o embrião - e é capaz de reter a umidade. Na casca há poros, pequenos orifícios que permitem a entrada de oxigênio do ar e a saída de gás carbônico, ou seja, a troca de gases. Isso ajuda a manter o embrião vivo.
A maioria dos répteis não precisa cuidar dos seus ovos e filhotes. Os filhotes quando "prontos" saem da casca usando seus próprios recursos. Porém, tanto o jacaré, quanto o crocodilo têm muito cuidado com os ovos e os filhotes. A fêmea põe os ovos no ninho e fica por perto até o nascimento dos filhotes, que são carregados na boca até a água, onde ficam com a mãe. Alguns chegam a permanecer com a mãe por mais de três anos.

Existem também os répteis em cujos ovos, já na ocasião da postura, há filhotes formados. Os ovos ficam retidos com o embrião em um canal no corpo da fêmea, enquanto se desenvolvem, como ocorre em algumas cobras. Quando os ovos saem do corpo da fêmea, os filhotes dentro deles já se encontram formados. A casca desses ovos é bem fina, como uma membrana, permitindo a saída dos filhotes logo após a postura. Esses animais são classificados como ovovivíparos. Há ainda alguns répteis vivíparos, que produzem filhotes já "prontos", sem terem se desenvolvido em ovos, como certas espécies de lagartos.

Curiosidades
O camaleão pode mover seus olhos para dois lados diferentes ao mesmo tempo e tem a língua maior que o seu corpo. Ele consegue apanhar insetos a 25 centímetros de distância.
Description: http://www.marianacaltabiano.com.br/canalnatureza/images/repteis_02.gifAs cobras ouvem com a língua. Elas não têm ouvidos e as suas línguas são extremamentes sensíveis às vibrações sonoras. Elas vivem mostrando a língua justamente para captar essas vibrações.
Um grama de veneno da serpente Naja é suficiente para matar 150 pessoas.
O único continente que não tem répteis é a Antártida.
“Lágrimas de crocodilo” é uma expressão muito conhecida para dizer quando alguém está fingindo um choro. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele “chora” enquanto devora a sua vítima.
Os crocodilos são bem velozes na terra. Para fugir deles, o melhor é correr em ziguezague, pois eles não conseguem mudar de direção repentinamente.
A carapaça das tartarugas é a própria pele que engrossou e ficou dura como osso. Elas não conseguem sair dali. Só conseguem colocar a cabeça e as patas para fora.
Description: http://www.marianacaltabiano.com.br/canalnatureza/images/repteis_03.gifA píton reticulada, do sudoeste asiático, é a maior cobra do mundo, podendo atingir dez metros.
Em alguns répteis como os crocodilos, as tartarugas e os lagartos, o sexo (macho ou fêmea) é determinado pela temperatura do ambiente durante o desenvolvimento do embrião.





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ANFÍBIOS



O que são anfíbios, afinal? A palavra anfíbio, de origem grega, significa "vida dupla", porque esses animais são capazes de viver no ambiente terrestre na fase adulta, mas dependem da água para a reprodução.
Na evolução da vida no nosso planeta, os anfíbios foram os primeiros vertebrados a ocupar o ambiente terrestre, embora não efetivamente. Além de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação, eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes úmidos. Assim, esse grupo de animais, não é independente da água, já que pelo menos uma fase da vida, da maioria dos anfíbios, acontece na água e eles precisam dela para a reprodução.

 Cobertura e temperatura do corpo
Não possuem pêlos nem escamas externas. São incapazes de manter constante a temperatura de seu corpo, por isso são chamados animais de sangue frio (pecilotérmicos).
A pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas, através da respiração, permite-lhes, a absorção de água, que funciona como defesa orgânica. Quando estão com "sede", os anfíbios encostam a região ventral de seu corpo na água e a absorvem pela pele.
As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, e serosas, que produzem veneno. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas. Existem espécies mais e menos tóxicas e os acidentes com humanos somente acontecerão se essas substâncias entrarem em contato com as mucosas ou sangue.



Respiração
No estágio da vida aquática, quando são larvas, os anfíbios respiram por brânquias, como os peixes. Quando adultos, vivem em ambiente terrestre e realizam a respiração pulmonar. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo importante a respiração cutânea - processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele.
A pele deve, necessariamente, estar úmida, pois os gases não se difundem em superfícies secas. As paredes finas das células superficiais da pele permitem a passagem do oxigênio para o sangue. A pele dos anfíbios é bem vascularizada, isto é, com muitos vasos sanguíneos.
Nutrição, digestão e excreção
Na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados.


língua, em algumas espécies de anfíbios é uma das suas características adaptativas mais importantes. Os sapos caçam insetos em pleno voo, utilizando a língua que é presa na parte da frente da boca e não na parte mais interna. Quando esticada para fora da boca, a língua desses animais alcança uma grande distância, além de ser pegajosa, outro fator facilitador na captura da presa.
Possuem estômago bem desenvolvido, intestino que termina em uma cloaca, glândulas como fígado e pâncreas. Seu sistema digestório produz substâncias capazes de digerir a "casca" de insetos.
Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins, e sua urina é abundante e bem diluída, isto é, há bastante água na urina, em relação às outras substâncias que a formam.
 Circulação
Os anfíbios têm circulação fechada (o sangue circula dentro dos vasos). Como ocorre mistura de sangue venoso (rico em gás carbônico) e arterial (rico em oxigênio) a circulação neste grupo de animais é do tipo incompleta. O coração dos anfíbios é dividido em três cavidades: dois átrios ou aurículas e um ventrículo.



 Reprodução
O lugar para a reprodução dos anfíbios varia entre as espécies. Pode ser uma poça transitória formada após uma chuva, um rio, lago ou um açude. Há também os que procriam na terra, desde que seja bem úmida.
O acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. O coaxar do sapo macho faz parte do ritual "pré-nupcial". A fêmea no seu período fértil, é atraída pelo parceiro sexual por meio do seu canto e do seu coaxar.
 Esse canto varia de acordo com a espécie. A maioria das espécies possuem dois ou três tipos de cantos diferentes. Além do canto nupcial (que atrai as parceiras), há os cantos de advertência com os quais o macho defende seu território da aproximação de outros machos.
A fêmea com o corpo cheio de óvulos é agarrada pelo macho com um forte "abraço". Esse "abraço" pode levar dias, até que a fêmea lance os seus gametas (isto é, os seus óvulos) na água. Então o macho também lança os seus espermatozoides, que fecundam os óvulos, cujo desenvolvimento ocorre na água.
O sapo, a rã e a perereca realizam fecundação externa. A salamandra e a cobra-cega realizam fecundação interna.


Nos numerosos ovos protegidos por uma grossa camada de substâncias gelatinosa, que geralmente se prendem às plantas aquáticas, as células vão se dividindo e formando embriões. Os ovos fecundados eclodem e as larvas denominadas girinos, vivem e crescem na água até realizarem a metamorfose para a vida adulta.










Metamorfose



A metamorfose envolve uma série de transformações e é um processo bastante lento que transforma o anfíbio jovem (girino) em adulto. Durante esse processo desaparecem as brânquias e desenvolvem-se os pulmões. E surgem também as patas no corpo do animal.
Nessa fase, os girinos se alimentam primeiramente da própria gelatina que os envolve e depois de algas e plantas aquáticas microscópicas.
Reproduzem-se através de ovos moles e sem casca, postos na água ou em lugares encharcados, dando origem a uma larva e depois a um adulto através do processo de metamorfose. Existem exceções a essa regra, alguns deles são vivíparos.
Em geral, não existe cuidado com a prole dentre os anfíbios.

São divididos em três grupos: os sapos, as rãs, as pererecas Anura, as salamandras Caudata e as cecílias Apoda.

Ápodes
Cecílias
As cecílias são anfíbios, vermiformes, que não têm membros e que vivem enterradas.


Em decorrência, seus olhos são muito pequenos e usam receptores químicos para detectar suas presas. Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas respiram através de pulmões.
Alimentam-se de presas alongadas como minhocas, vermes, larvas de insetos e provavelmente também de peixes pequenos. As cecílias são encontradas em regiões tropicais. No Brasil existem espécies aquáticas na Amazônia e terrestres por grande parte do território. São difíceis de encontrar, pois vivem em locais úmidos, enterradas no solo.
Os machos desse grupo possuem um órgão reprodutor chamado de falodeu, assim a fecundação nas cecílias é interna.
Algumas espécies de cecílias são ovíparas e outras vivíparas, no caso das ovíparas as fêmeas cuidam dos ovos até o nascimento.


Anuros
Sapos
Os anuros são um grupo de anfíbios que não possuem cauda e possuem estrutura de esqueleto adaptada para locomoção aos saltos. A diversidade de anuros é enorme e este grupo está presente em todos os continentes. Existem anuros adaptados à vida aquática e terrestre.
Todos são carnívoros, em geral utilizam a visão para a detecção da presa, portanto é importante que haja movimento. Esses animais possuem uma grande variedade de estratégias reprodutivas, que vão desde o desenvolvimento direto dos girinos, que nascem após dez dias, e que depois de uma série de metamorfoses transformam-se em sapinhos.
O sapo captura suas presas com a língua ágil. Ele fecha os olhos para engolir o alimento. Atitude que é uma necessidade fisiológica: os grandes olhos são forçados para cavidade bucal a assim ajudam a empurrar os alimentos para a garganta abaixo.
Os sapos são muito úteis ao homem porque com seu grande apetite comem muitos vermes, lagartas e insetos nocivos de várias espécies. A parte mais fascinante da reprodução dos anuros é, entretanto a vocalização do macho para atrair a fêmea. Cada espécie produz um som diferente originando grande variedade de sons emitidos. São capazes de emitir também sons de agonia e de defesa de território.




Rãs

As rãs são popularmente conhecidas como anuros. São bastante ligadas à água e bons nadadores. No Brasil, ocorre apenas uma espécie de rã verdadeira que é encontrada na Amazônia. Seus membros posteriores são longos e adaptados à natação e aos saltos.
As rãs "verdadeiras" possuem membranas entre os dedos dos membros posteriores (como num pé de pato).
Alimentam-se de caramujos, lesmas e insetos, apanhando-os com a língua. O acasalamento dura 24 horas. A fêmea põe 2.000 ou 3.000 ovos com cerca de 2 mm de diâmetro.
A carne da rã é bastante apreciada. Existem criadouros para exploração comercial.


Pererecas
A perereca pertence à família das Racoforídeas. Existem cerca de 150 espécies. Sua pele é mais lisa que as dos sapos. A perereca possui nas extremidades de cada dedo pequenas almofadas adesivas que servem para se prender aos galhos. Ela é dotada de membranas elásticas estendidas entre os dedos, que formam uma espécie de pipa.
Encurvando o tórax e estendendo as pernas, as pererecas podem realizar vôos de quase 2 metros. Quando vão botar seus ovos, escolhem uma árvore pendente sobre o pântano, esses ovos depositados nas folhas, são envolvidos por uma substância pegajosa, muito parecida com claras batidas em neve.
Quando nascem os girinos, fabricam uma substância que os livra desta massa pegajosa caindo então no pântano e só assim começa sua vida aquática.


As pererecas são comumente encontradas em banheiros de casas de chácaras e sítios.




Urodelos
Salamandras-de-fogo
As salamandras comuns são chamadas pelo nome científico de Salamandra terrestris. Habitam regiões arborizadas. Vivem principalmente na Europa e no norte da África e têm hábitos essencialmente noturnos. Normalmente elas hibernam.
Elas diferem em tamanho e no jogo de cores das costas. Algumas medem cerca de 14 a 20 centímetros.
Secretam um veneno que as protege de predadores. Esse veneno é produzido por glândulas localizadas na parte de traz da cabeça e é muito forte. Um cachorro que tentar comer uma salamandra pode morrer.
Ao contrário de outros anfíbios, a salamandra comum se acasala em terra firme. Os machos, que são muito ativos, correm de uma fenda a outra à procura de fêmeas. Depois da fecundação, os ovos se desenvolvem dentro do órgão genital da fêmea.
As larvas nascem da fêmea numa corrente de água. Sofrem metamorfose, tornam-se adultas e perdem a capacidade de viver dentro da água.



10 curiosidades sobre anfíbios
  •  
1. No final de 2007, estavam registradas 6.239 espécies de anfíbios vivos no planeta. Deste total, 5.504 eram sapos e rãs; 562, salamandras; e 173, cobras-cegas. No Brasil, eram conhecidas 789 espécies.
2. Os anfíbios podem se reproduzir de 39 maneiras diferentes, dependendo da espécie.
3. Durante o período de reprodução das rãs, os machos ficam tão envolvidos pelo clima romântico que querem cruzar com tudo o que encontram pela frente, mesmo que não seja uma rã ou um ser vivo.
4. Uma rã fêmea põe de 600 a 10 mil ovos por ano, dependendo da espécie.
5. A rã verde é uma espécie normalmente encontrada na Europa. Ela põe até 10 mil ovos por ano, cada um com 0,2 milímetros de diâmetro. É facilmente capturada à noite, já que não reage quando um caçador a ilumina com uma lanterna e a pega com as mãos. É frequentemente encontrada em cativeiro, onde se desenvolve bem. 
6. A rã ágil tem esse nome porque é capaz de dar saltos de até 2 metros de altura, pois suas patas traseiras são muito compridas. No outono, elas se enterram no lodo e só despertam na primavera. 
7. Uma das menores espécies de rã que existem mede de 10 a 12 milímetros de comprimento e vive na África. 
8. No sudoeste asiático existe uma espécie de rã conhecida como rã voadora. Ela tem os dedos muito compridos e uma membrana que liga cada um deles. Quando salta, separa os dedos e acaba formando uma espécie de paraquedas, que faz com que ela plane muito tempo no ar e pouse tranquilamente.
9. A salamandra siberiana Hynobius keyserlingi sobrevive a temperaturas que oscilam entre -20 e -30ºC.
10. Os primeiros anfíbios apareceram na Terra há aproximadamente 370 milhões de anos, durante o Período Devoniano.

            www.sobiologia.com.br/Anfíbios
            www.guiadoscuriosos.com.br/Anfíbios